sexta-feira, 9 de outubro de 2009

COMENTÁRIOS LITERÁRIOS

É maravilhoso ler um livro e se identificar com ele. Acredito que leitura seja isso, uma cumplicidade nossa com a história contada. A melhor leitura é aquela que permite nos transportarmos para o mundo da história. Gostoso vestir a máscara do personagem que a gente mais identifica na história. Melhor ainda é ser um personagem a mais. Ao interpretar um livro, de uma história qualquer, estamos colocando em prática o nosso estado de espírito atual. Conhecer um livro não é falar mal ou bem dele e sim complementá-lo. Um livro só nos fará sentido se estivermos abertos para seus componentes. Ler é muito mais do que passar os olhos sobre as palavras, ler é descobrir ou se descobrir em novos componentes. E eu que sempre gostei de ler de tudo, acabei comentando livros. O primeiro livro que eu comentei na vida foi a “Metamorfose” de Franz Kafka, um livro que na minha leitura trouxe componentes de um mundo real, apesar do uso das metáforas que nos levam em qualquer direção. Para quem não o leu, o livro trata da transformação de um ser humano em um inseto pela própria condição humana de tratar e de tratar-se. Diga-se de passagem, que essa é a minha leitura. Outro livro que achei muito interessante a leitura foi “O que é PUNK?” aqui vi componentes de construções sociais, grupos de rebeldia? Não, os punks, pelo menos os verdadeiros, eram pessoas bastante ligadas à política, a cultura e acima de tudo a imagem anti-burguesia, que se tornou ao longo dos tempos uma característica de grupos, todos os grupos tem em sua marca a imagem, destorcida ou não pela sociedade. Há sempre um protesto primeiro e legítimo que depois alguns seguem como modismo, por ignorantes eu diria. Alguns livros, o meu comentário teve sua publicação como “o meu gato de nome Mário”, uma linda homenagem ao poeta Mário Quintana, “Viagem ao Léu” um excelente livro de poesias onde cada poesia é um sentimento ou uma vivência real e alguns outros, mas o que eu mais gostei de ler e comentar foi “Quintais”, disse isso ao escritor porque passou uma retrospectiva da minha vida no interior, o livro tem ilustrações belíssimas e descreve os quintais perfeitamente. A minha leitura teve meus próprios componentes inseridos e de certo essa leitura fez muito sentido pra mim. Um adendo: Tem gente que acha que devemos esquecer o passado e eu digo “de jeito nenhum”, somos seres históricos e sem passado não há histórico de que fomos nos construindo como gente. O que devemos evitar é de nos “fixarmos” em qualquer tempo da vida porque temos que estar no real e atual para construir sempre. Recordar é bom e “Quintais” me levou a essa conexão, coisas de minha memória anterior voltaram e com a sensação de alegria pude vivenciar um conto a mais. Creio que ler é isso, se conectar com outros saberes e às vezes nos encontrar dentro desses. Portanto, ler é sempre bom.

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