terça-feira, 25 de agosto de 2009

INOCÊNCIA

Com a pureza de uma criança percorro os passos da minha própria infância. Volto lá no passado e redescubro a minha inocência. Nas descobertas que fiz, incalculáveis foram os momentos de prazer, cada coisa que eu admirava e podia tocar o sorriso se apresentava, eu pulava, rodopiava e contava a quem se apresentasse. O meu olhar era atento a tudo, meus ouvidos procuravam por sons diferenciados, gostava da argila, da textura, da forma e da cor. Adorava inventar!

Hoje, já adulta muitas vezes me pego com aquele olhar de antes, mas muitas vezes não encontro nenhum outro olhar para trocar, então, a maioria das coisas que observo, descubro, invento vão para textos onde pessoas possam ler. Essa distância que tira toda a inocência das coisas acaba desconstruindo ou destruindo parte de meu saber.

Durante toda a minha vida, encontrei pessoas muito interessantes, mestres da vida, que trocaram e ainda trocam comigo muitos saberes e é maravilhoso quando nos encontramos pessoalmente e conversamos. Somos nesse exato momento puros naquilo que falamos e nos contentamos pelo fato de estarmos juntos, rimos das nossas falas inocentes, contemplamos momentos de descontração e admiramos essa condição, sabemos que podemos construir e desconstruir qualquer coisa, então, apenas conversamos inocentemente.

Essa troca inocente, na verdade desprovida de qualquer julgamento precipitado é muito importante para a vida humana. O que sai de primeira de nós mesmos é o que está mais próxima de nossa essência. Um sorriso, uma colocação inocente as vezes se torna muito mais proveitosa numa relação do que falas concretas, montadas e muitas vezes intransigentes.

Existe alguma inocência em cada pessoa e ela é tão importante quanto qualquer coisa de valor que temos dentro de nós. Gostaria muito que as pessoas a preservassem para que um dia pudessem desfrutar da coisa mais terna e mais pura que se tem na vida.

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