quinta-feira, 10 de setembro de 2009

VIAGEM AO LÉU “Somente quando as pessoas se dispuserem a compartilhar saberes, trocarem informações, complementar vidas é que poderemos de fato falar em Inclusão.”

Ao ler esse livro fiz grandes descobertas...

O mundo está cada vez mais cheio de doenças e isso se deve não porque o mundo as trouxeram, mas porque os seres pertencentes a esse mundo tentaram ludibriá-lo. Assim como nas grandes cidades que tentam represar seus rios, homens com sua majestosa capacidade de “ordenhar” vidas atrofiam saberes espontâneos. A vontade humana de liberdade ultrapassa ideologias prontas e inteligentemente prestativas a uma minoria. Há os que clamam por libertação, tentam tirar suas algemas colocadas por uma sociedade que restringe, exclui, desintegra e que chama por “loucos” muitos dos libertos. Há um convite a perceber em “Viagem ao Léu” essa necessidade de ultrapassar barreiras de ideologias sociais pré-estabelecidas, reinaugura uma nova vida sem querer menosprezar outros saberes, apenas se coloca como membro social distintamente pensante sobre o seu viver. Em suas dores e seus pensares, nos mostra sua construção e como elas tomam conta de seu ser. Utilizando-se da poesia, quebra a ideologia e se aprofunda no sentir, transferindo tudo para o mundo das almas, lugar onde a dor se apresenta tão bela quanto qualquer outra forma de viver. Em muitas de suas poesias nos mostra o quanto há de incompreensão, jogos que as pessoas travam sem levar em consideração o “fervor” das emoções e, quanto há de inexatidão entre as ações humanas e suas verbalizações. Um alerta sobre aquilo que não pode ser igual ou comparável com o concebido pela sociedade como “normal” é impedido de se manifestar, também nos chama atenção sobre a questão da realidade que se quer existe, pois a maior parte do tempo as pessoas vivem cercadas de ilusões. No fundo o mundo subjetivo prevalece muito mais do que a concretude. O pensar não é o concreto visível, ele se processa dentro de nossas mentes, da mesma forma é o sentir. O que se vê verdadeiramente são manifestações que podem estar contrárias a todo esse movimento subjetivo. O livro é uma mistura de questionamentos entre a pessoa humana, a mulher que existe dentro de um ser e o quanto o mundo subjuga uma pessoa com exigências infindáveis. Uma reconstrução magnífica de seus pensares e sentires nos mostrando o quanto és vívida sua presença no mundo e quantos mundos podemos vivenciar, criar e até nos perder, mas nunca deixar de Existir. A poesia mostra sua cara e permite essa interface entre a pessoa e suas manifestações mais íntimas. Na poesia a pessoa é íntegra, não há necessidade de se atrelar a padrões sociais, a pessoa viaja no seu tempo de existir e faz uma construção com a alma penetrando em muitos campos do saber e, ao mesmo tempo convida as pessoas a abrir o campo da imaginação, utilizar algo mais sutil e mais bonito, a ousar usar as manifestações de seu coração. A mensagem que fica é que apesar de tudo há sempre um toque de vida em quase tudo que se tem, pois até mesmo com dor a pessoa está viva e precisa ser inclusa, ser vista, amada e respeitada como um ser humano, como pessoa, como cidadã.

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